domingo, 25 de março de 2012

Religiosa do Sagrado Coração celebra 90 anos com alma jovem

Irmã Helena Maria Ferreira, religiosa do Sagrado Coração de Jesus comemora o dom da vida, neste domingo, 25 de março”


Se existe um segredo para chegar aos 90 anos, Irmã Helena revela que esse é ter a alma jovem. “Eu sempre convivi com jovens e gosto de estar no meio deles”. Com sotaque e alegria, típicos de uma carioca, a religiosa do Sagrado Coração de Jesus diz que não espera viver tanto e, ainda, com a saúde em dia. Confessa não ficar surpresa, pois já sentia que iria celebrar nove décadas. “Para mim, a vida é o primeiro dom de Deus. Eu agradeço a Ele por ter colocado em meu caminho, pessoas que me ajudaram a desenvolver”, disse.


Aos onze anos, ela ficou órfão de mãe e, aos vinte, após perder o pai, decidiu seguir a vocação. “Fui me apaixonando pela pessoa de Jesus Cristo. Compreendi que minha vida teria um sentido novo. Eu poderia amar e, ao mesmo tempo, ser amada”. Irmã Helena pertence à Congregação Internacional – Sociedade do Sagrado Coração de Jesus, de origem francesa, do século XIX, hoje, com uma Província no Brasil. Em Bauru, as religiosas iniciaram suas atividades no ano de 1993, no bairro Mary Dotta, onde desenvolvem diversos trabalhos educacionais e formativos. Na época, foram acolhidas pelo então bispo, na gestão de Dom Aloísio José Leal Penna. A congregação vive o carisma para os mais necessitados, com a proposta de diálogo com um novo mundo. O fato de não usaram o hábito, é uma característica particular da congregação, o que para as religiosas, as aproxima da vida em sociedade. A educação para a inclusão é um dos aspectos que identificam a missão das religiosas do Sagrado Coração de Jesus.
Entre os tantos motivos para agradecer, a religiosa fala da alegria de ter uma irmã de sangue, que também é freira, a Irmã Regina Maria Ferreira, de 89 anos, que entrou para a congregação, primeiro. Mas há outro motivo bem especial a celebrar: as amizades. Ao falar dos amigos, ela se emociona. Diz ter encontrado ao longo de caminhada apostólica, verdadeiras amizades que preserva com apreço. “A amizade faz com que você se anime a viver mais. Descobrir no outro a beleza e motivos que nos trazem alegria”, sugere.
Para Irmã Helena, a comemoração do aniversário tem sido uma oportunidade para uma revisão de vida, onde nem sempre é possível somente ter boas lembranças. “Há momentos penosos, onde aprendemos a valorizar mais a vida. O sofrimento nos faz crescer, quando o aceitamos, também, como um dom de Deus”.
Hoje, ao celebrar seus 90 anos, ela confessa que depois de muito trabalho, sente a necessidade de momentos de solidão e vida mais tranqüila. “Eu adoro estar informada e estou aprendendo as novas tecnologias. Amo leitura e sempre estou com um livro nas mãos”. E, não esconde suas preferências por pão e pelos times do coração: o Botafogo e o Palmeiras.

Viver em ritmo de festa
Desde pequena sempre teve uma boa saúde, com os devidos cuidados. “A regularidade da vida é algo necessário. Como religiosas, temos um ritmo nas atividades; para oração, trabalhos, relacionamento, descanso. É vida deve ser assim, organizada”. Irmã Helena acredita que levar a vida com equilíbrio é indispensável. “Não abusar de suas forças e de descanso prolongado demais. O segredo é viver com ritmo e equilíbrio”, aposta Irmã Helena. E, falando nisso, a religiosa não esconde sua paixão por uma festa. Diz apreciar um bom ritmo carnavalesco do Rio de Janeiro. “Eu tive meus jeitos e comportamentos ‘maluquinhos’. Não gostava muito de estudar, mas cumpria com minhas obrigações”, conta.
Com as lembranças de Copacabana vivas na memória, conta que apreciava ir à praia e viver sua liberdade. “Eu sempre gostei de ser livre, respeitando o ritmo natural da vida, sem abrir de minhas responsabilidades. É bom ver as pessoas reunidas e felizes; se amando e se querendo”.
Seu pedido nesta data especial é simples: “Quero poder continuar ajudando os jovens e adultos a encontrarem sua vocação e lugar na Igreja. Oferecer uma palavra e orientação”. E, deseja que as pessoas se amem mais. “Se houver amor um pelos outros, nós seremos felizes e Deus vai nos atender naquilo que necessitarmos”.

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